sexta-feira, 27 de maio de 2016

All we need is somebody to lean on




Faz quase um ano que eu não escrevo e eu sempre penso em escrever e as idéias fogem... Eu me sinto hoje uma pessoa bem diferente do eu de junho de 2015, acho que a vida e os acontecimentos naturais dela mudam a gente mais do que podemos imaginar.

Estava no doc sanduíche, voltei eem setembro de 2015 e um mês depois perdi a minha avó paterna, menos de um ano depois do meu avó paterno ir e eu fiquei esses 6 meses longe e talvez nunca entenda que a distância pode ser boa e devastadora ao mesmo tempo. Demorei muito para me recuperar dessa perda, bem como meu pai que só voltou a sorrir genuinamente esses dias e fazem 6 meses, mais que isso, muito mais. E desde então parece que o sofrimento quebrou alguma coisa dentro de mim, como se eu tivesse perdido o meu "mojo"ou a auto confiança que me fazia a otimista chata quando lidava com o caos econômico e político que é o Brasil de hoje. E eu não acho que as peças da força quebrada vão voltar a se colar naturalmente tão cedo, hoje eu acho que o processo pelo menos começou.

Tirei férias mentais por minha conta porque desde 2005 eu não tinha um período de férias sem realmente não ter nenhum compromisso e por conta disso atrasei a minha defesa de doutorado que vai acontecer antes das olimpíadas. Uma grande parte de mim que se cobra e que se exauriu emocionalmente nos últimos tempos acha uma loucura, uma irresponsabilidade, uma outra parte está serena e confia que os caminhos tortos levam aos finais inusitados, mas felizes. A verdade é que minha desilusão com o mundo acadêmico e com o ambiente em que me inseri é grande, maior do que eu mesma e me engoliu por um tempo. Como uma menina inocente jogada aos lobos, a gente volta forte de experiências assim e de uma forma muito doida aprende quem são nossos aliados e quem não vai lutar com a gente. Muitas metáforas num texto só, um texto que não é feliz.

A felicidade eu encontro onde o meu coração vibra, adoro essa expressão, nas conversas e amizades e bares com aqueles que são um doce apenas por existir. Eu me julgava tão forte, mas vejo hoje que são eles a minha força, minha família, meus amigos e eu. Não adianta dar voltas no mundo se eu não tiver um lugar para onde voltar e eu tenho. Essa é a resposta mais curta aos que se admiraram por eu não ter ficado nos EUA ou não querer voltar por enquanto. Pode ser, penso por um átomo de segundo que ainda exista um pouco do meu entusiasmo otimista dentro de mim. Eu fui quebrada, mas não ficou pedaço faltando, posso consertar. Esse texto não é feliz, mas o próximo pode ser.

Contudo quando alguém me pergunta se eu tenho alguma novidade para contar eu não tenho, tenho mil coisas, segredos meus ou detalhes que deixo aqui no blog de tempos em tempos, não sou de chorar minhas frustrações por ai, porque aos olhos dos outros não são tão grandes assim. E eu sei que não devia me importar com os outros, mas sou um pouco dessas. Estou no meio do vórtex de mudança, no período entre safra, no silêncio que antecede o resultado final o apito do juiz. E quero acreditar que ao invés de gritar eu coloco um bom rock bem alto (rip bowie e prince <3 como="" dan="" e="" espera.="" estivesse="" m="" na="" ningu="" o="" olhando="" p="" se="">
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Fora isso, tem mais 3 cachorros na minha casa, são 6 agora, minha irmã é doida e uma delas me adotou a morena, como um animal pode entender a gente? Não canso de me espantar.



1 comentários:

euretrato disse...

Te entendo tanto! Passei pela mesma experiência e isso me fez questionar tantas coisas.. Acabei optando por estar perto dos meus.

Muitas pessoas ainda não entendem a nossa volta para casa, mas elas também não conseguem ter dimensão dos motivos que nos levaram a tomar essa decisão. Enfim, aos poucos tudo se ajeita.

Desejo paz e tranquilidade pra você finalizar o seu trabalho e seguir em frente também. Vai dar tudo certo! :)

Um beijo!

 
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